sexta-feira, 5 de junho de 2015

SOBRE PÁTRIA EDUCADORA E AVALIAÇÃO

Dídimo Matos
À leitura dos autores clássicos da Educação Brasileira, Vasconcellos, Hofmann, com exceção de algum tipo para Luckesi, a impressão que se tem nalguns momentos é de que foi um texto escrito por Lênin para o desembocar da revolução russa, no dia seguinte.
A luta de classes parece ser a base principal do escrito, a revolução pela avaliação o meio, e o socialismo como o paraíso na Terra, o fim.
Lidos por Eric Voegelin, o filósofo alemão provavelmente veria nisso um modo de gnosticismo, o fim seria então, dizia Voegelin, imanentizar o ESCATON, não por meio de uma drástica e armada revolução que acabasse todos os problemas por meio da “revolução bolchevique”, mas ao invés disso por meio de uma revolução mais sutil feita de “avaliações emancipatórias”.
Segue então uma abordagem diferente tendo em vista o Projeto Pátria Educadora da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), elaborado pelo prof. Mangabeira Unger. Faça-se a ressalva de que esse texto é responsabilidade de seu autor.
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Avaliação e projeto da SAE
Uma abordagem pensando em avaliação e intervenção.
Os mecanismos avaliatórios do projeto tem, entre outros fins, o de encontrar no sistema educacional, i) aquelas escolas em que os alunos não aprendem, ii) os alunos que mesmo numa boa escola não aprendem e iii) aqueles alunos para as quais a escola comum é um freio dados seus talentos.
Cada tipo de avaliação teria então um fim diverso.
O primeiro tipo teria como finalidade melhorar por meio de intervenção uma escola que está condenando o conjunto dos seus alunos ao fracasso pessoal futuro como cidadão, pessoa, pai ou mãe, trabalhador ou intelectual.
O segundo tipo teria por fim encontrar aqueles alunos que mesmo com um bom sistema escolar e educacional não reúnem as condições cognitivas que permitissem acompanhar, devidamente, o ritmo do ensino.
O terceiro, por sua vez teria por finalidade encontrar talentos em destaque, aquela parcela genial da população em que se encontram os Newtons, Darwins, Perelmans ou Mozarts e Picassos. Aqueles sujeitos para quem a escola comum não passa de um estorvo ou freio.
Cada sistema de avaliação permitiria um tipo diverso de intervenção modificadora da atitude e prática que seriam os culpados pelo atraso.
No segundo a intervenção se relacionaria com a correção em um sistema alternativo de ensino de problemas cognitivos, os que se relacionam a ordem ou a alguma deficiência de aprendizagem, com o intuito de devolução ao sistema “convencional”.
O terceiro se relaciona por sua vez a um outro sistema educacional paralelo, nesse o objetivo seria então, dar asas as possibilidades, descobrir nossos superdotados, talentosos, gênios, e dar a eles as condições de desenvolvimento desses recursos com abertura inclusive de ascensão acadêmica, queimando etapas entre as classificações de ensino.
Penso que tais modificações são muito bem-vindas, como diz o Ministro Mangabeira Unger, “uma pessoa não pode ser condenada pelo lugar que nasceu a ser excluída ou negligenciada em seus talentos”.
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